quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

em 1837 sobre os livros e a leitura



de todas as coisas que se oferecem ao homem para lhe recrear os momentos de ócio, é a leitura talvez a mais aprazível, e seguramente a mais proveitosa. 
sem quebrar o repouso doméstico, sem vaguear pelas ondas do oceano, ou trilhar peregrino as sendas e desvios de países remotos, diante dos seus olhos se corre o pano à cena do mundo passado e presente, e do mundo da ciência e da arte; trava conversação com as personagens mais distintas de todas as épocas, e com os mais nobres engenhos de todas as idades; trata as inteligências de diversos países e bebe a largos tragos na taça da sabedoria. 
cidadão de todas as repúblicas, membro de qualquer sociedade, contemporâneo de qualquer século, só o homem dado à leitura pode, com verdade, dizer que para ele foi o universo criado.




in: panorama: jornal literário e instrutivo
lisboa: imprensa da sociedade de propaganda dos conhecimentos úteis
n.º1, 6.5.1837

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